O Kiko
Olá. Eu sou o Kiko. Eu era pequenino, lindo e fofinho quando o Mário me ofereceu à Rute... Mas eu cresci! (Infelizmente, na razão inversa do amor deles...)
A Rute derreteu-se toda comigo e com o próprio Mário, receber um cãozinho de prenda do namorado foi um acontecimento! Tratou de tudo o que era necessário como se eu fosse um príncipe e senti-me tão amado e tão querido como o próprio Mário! Lá fui crescendo no apartamento dela, que mal chegava para nós dois, sempre sozinho de dia, mas com a companhia dela todas as noites. De vez em quando éramos os três mas depois ficávamos tristes, a Rute e eu, a vermos o Mário voltar para casa...
Com tanta tristeza nas despedidas, um dia eles resolveram irmos todos para casa do Mário. Foi uma festa! A casa era grande, podíamos correr em várias direções, não sei porquê eles não corriam, mas eu fazia-o pelos três! Os passeios comigo na rua eram uma alegria, íamos sempre todos, até ao dia em que, não sei porquê, o Mário ficou no sofá a ver televisão. Eu fiquei triste, a Rute ficou triste, o passeio não teve graça e, dessa vez, a alegria foi voltarmos para casa para estarmos todos juntos outra vez.
Também não sei porque passou a ser só o Mário a passear comigo e ainda menos percebi quando a Rute voltou para o apartamento dela e deixou-nos aos dois.
Passado um tempo, fomos visitá-la e lá ficámos até de manhã. Mas a minha caminha estava na casa do Mário, aquela casa era muito pequena para eu poder andar à vontade, ninguém se lembrou de que eu tinha que ir à rua e, com o nervoso da situação, aconteceu-me um percalço, daqueles muito aborrecidos...
Quando eles se levantaram, zangaram-se os dois comigo e também um com o outro...
Agora estou na casa do Mário. Tenho muitas saudades da Rute e de estarmos juntos os três...
Mas eu sou só um cão e os humanos são estranhos... (Eu devia ter sido só uma caixa de bombons!)
(imagem superior: PIxabay)