Príncipes e princesas dos nossos castelos
Há "princesinhas do papá" que são meninos. Que podem ser hiperativos, hiper-rabugentos, hiper-niquentos ou até hiper-intragáveis. Mas que, de uma maneira geral, são fofinhos. Porque as crianças são fofinhas! Ainda mais porque sendo extensões de quem se ama e parecidos com quem se ama costumam ser despoletadores de imaginações românticas acerca da infância de quem se ama; só podem ser fofinhos...!
Alguns são doces e, sendo meninas, são-no quase de certeza... Mas podem ter sofrido muito com a separação dos pais. E "sofrerem" de mimo exagerado por esse mesmo motivo... Podem ter mães horríveis que os sintam prolongamentos de ligações falhadas... Ou terem mães maravilhosas, perfeitas, divinas, a fazerem vacilar a crença de que quem está connosco é um anjo sem asas que caiu do céu para o nosso colo. Porque sendo elas perfeitas e eles maravilhosos como raio é que aquilo falhou?
No quadro inverso, há de tudo. Padrastos derretidos, impacientes, incomodados e até delirantes de alegria. Mesmo que o príncipe ou a princesinha destruam a playstation, encham o computador de vírus com os jogos da moda, monopolizem a televisão ou, ainda, para os mais "domésticos", destruam parte da casa que eles decoraram, reconstruiram ou reabilitaram com muito muito amor e todo o empenho.
No topo da tabela das inconveniências estão os "crescidotes", pré-adolescentes ou adolescentes completos que são um manancial de problemas, que quanto mais casas e famílias têm mais se empolgam com assuntos próprios da idade, incomodativos da paz familiar e, quiçá, do próprio do amor do casal.
Mas é tão bom ter filhos! Ainda que sejam os dele ou os dela... O amor e a dedicação a isso obrigam, acolhemos no nosso coração o de outro alguém e mais todos os da sua amada prole. Vêm de fim-de-semana ou vêm para sempre e fogem no fim-se-semana... Repartem as férias, a educação, as despesas, a paciência, tudo o que houver, por duas famílias, às vezes mais, quando também é hábito estarem com os avós...
"Os teus, os meus e os nossos" costuma ser uma história engraçada quando nascem "os nossos", porque tudo é alegria, a vida é uma festa, não há nada melhor do que uma casa cheia... mas é nos filmes! Na vida real avolumam-se os problemas, os ciúmes e a responsabilidade em multiplicações bem bem bem multiplicadas.
E o amor? Resistirá?
Convém que resista. Dizem os entendidos que amor que não resiste a isso não tem suficiente grandeza.
Será? E o mundo é cor de rosa? Ou tem laivos de outra cor, assim a puxar para a da incógnita de saber ou não viver em dose certa de amor seja qual for o contexto ou a condição?
Circunstâncias à parte, o bom mesmo é amar; sendo também amado a felicidade é suprema, e esta regra é tão certa que se aplica também aos filhos do outro, no vulgo enteados, no AMOR só filhos.
(imagens Pinterest)